As quatro primeiras mulheres práticos no Brasil
Após rigoroso processo seletivo, iniciado em 2008 e findo em 2009, foram selecionados mais de 100 praticantes de prático, entre eles, sete mulheres. Em março de 2009, os aprendizes de prático iniciaram o estágio de qualificação, visando alcançar a habilitação como prático.
O estágio de qualificação, com duração mínima de um ano, segue um Programa Mínimo determinado pelo Capitão dos Portos da área de jurisdição da zona de praticagem. As características geográficas, meteorológicas, os tipos de navios que demandam ao porto, dentre outros, são exemplos de parâmetros que servem de base para a determinação da quantidade mínima de manobras necessárias, durante o período de estágio. No porto de Santos, por exemplo, o estágio constitui-se de um mínimo de 700 manobras de atracação e desatracação, sendo 100 acompanhadas e 600 executadas, distribuídas pelos 64 píeres, terminais e armazéns do maior complexo portuário da América Latina.
As alunas Débora de Queiroz Gadelha Klajman, Nicole Pinheiro Trancoso e Fernanda Letícia da Silva atingiram a meta comum para habilitarem-se como práticos no final de março, mês que abraça o Dia Internacional da Mulher. Lívia Lage Bisaggio, da mesma forma brilhante, logrou êxito no Exame de Habilitação para Prático no início de abril.
Fernanda
Débora exercerá as atividades correlatas à categoria de prático no porto de Rio Grande-RS e Nicole nos portos de Vitória, Tubarão, Praia Mole, Barra do Riacho e Ubú, no Espírito Santo. A prático Fernanda manobrará navios nos complexos portuários da Baixada Santista, em São Paulo e Lívia no porto de Itajaí-SC.
Fernanda
Ligeira, Fernanda Letícia da Silva, 25, sobe a escada estirada na lateral do graneleiro de bandeira norueguesa MV Ogma. Com voz firme, assume o controle do transatlântico que ruma para a China. São 100 mil toneladas, sendo 64 mil de soja. Fernanda começa a fazer história. É a primeira mulher a ser treinada para a função de prático no maior porto do país. Sob a supervisão de Orlando Couto Junior, prático já experiente, e acompanhada por Andreas Adornado, filipino comandante do MV Ogma, ela começa a orientar as manobras de três rebocadores para afastar o navio do cais e virá-lo 180 graus para deixar o estuário santista. Antes de embarcar sozinha num navio, teve de cumprir 700 manobras diurnas e noturnas, além de realizar uma prova final na Marinha. Antes, a primeira oficial de náutica, formada pela Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante, trabalhava na recuperação de gasodutos destruídos pelo furacão Katrina, que atingiu os EUA em agosto de 2005.
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